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CARTA ABERTA AOS QUE LUTAM E AOS QUE DESISTEM

A todos que acompanham minha trajetória e àqueles que, de alguma forma, se preocupam com os rumos da representatividade e da liberdade religiosa no Brasil.

Recebi, com respeito, o convite para participar da entrevista no programa “Conexão Política”, onde se debateria o desafio de disputar a política, enfrentando a intolerância religiosa. Contudo, informo que declino deste convite e, faço questão de expressar, publicamente, os motivos que me levam a tal decisão.

Por mais de quatro décadas, dediquei minha vida à defesa do povo afrodescendente e da nossa religião. Foram anos de luta, incansável, para dar voz e espaço a uma comunidade que,na maioria das vezes, é invisibilizada e marginalizada. 

Enfrentei preconceitos, perseguições e a resistência de um sistema que insiste em negar nossa existência e importância. E, apesar de todo esse esforço, os resultados, nas urnas, foram um duro reflexo da falta de reconhecimento e apoio à nossa própria causa.

Minha última tentativa de ocupar um cargo político foi recebida com pouco mais de 2.300 votos. Não me envergonho da minha caminhada, mas não posso deixar de lamentar o desinteresse de muitos daqueles por quem tanto batalhei. O povo, que eu quis representar, parece ainda não estar pronto para se libertar da submissão imposta por aqueles que os querem, apenas, como serviçais de outros projetos de poder.

Não se trata de um desejo frustrado por um cargo. Nunca foi sobre isso. Sempre foi sobre a possibilidade de fazer mais, de abrir caminhos, de transformar realidades. Mas, infelizmente, percebo que essa não é a vontade da maioria. E como disse um grande pensador: 

– “Cada povo tem o governo que merece”.

Portanto, neste momento, escolho o caminho do silêncio político e do cuidado com minha própria vida. Retiro-me das disputas eleitorais e da luta institucional pela religião, deixando esse espaço àqueles que ainda acreditam que vale a pena insistir. Aos que continuam, desejo força e discernimento. Aos que, como eu, sentem o peso da desvalorização, saibam que não estamos sós.

E para reflexão: “muito mais difícil, que quebrar os grilhões físicos, é quebrar os grilhões das mentes”.

Agradeço imensamente o convite e a consideração, mas é hora de descansar. Lutamos muito. Agora, cabe a outros seguir.

Com respeito e sinceridade,


Dr. Antonio Basílio Filho
Ogan Basilio de Xangô

 

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