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Negros, brancos e religiões afro-brasileiras

O último recenseamento realizado pelo IBGE, em 2010, apresenta dados interessantíssimos sobre raça e religiões afro-brasileiras.

Segundo o IBGE, 1,5% dos gaúchos professavam as religiões afro-brasileiras, ao passo que 0,3% dos baianos identificavam-se com este segmento religioso.

Mesmo com todos os problemas do censo, incluindo o fato de que muita gente de Axé não declara sua religiosidade, os dados indicam que há cinco vezes mais macumbeiros no Rio Grande do Sul do que na Bahia.

Estimativas atuais apontam a existência de mais de 60 mil templos afro-religiosos no Rio Grande, um dos estados de maior descendência europeia, totalizando algo em torno de três milhões de adeptos.

Tais dados retiram os méritos, o pioneirismo, a supremacia, a resistência histórica e a reverência devida às casas matrizes, fundadas há centenas de anos na Bahia?

Antes pelo contrário!!! Os dados comprovam o poder das divindades africanas, o vigor, a força, a vitalidade da cultura afro-brasileira, que sem apoio de governos, sem rádio ou TV e enfrentando a intolerância religiosa, nasceu na na Bahia e enraizou-se por todo o território nacional.

As religiões afro-brasileiras são o maior exemplo de religião inclusiva, democrática, abrindo suas portas para negros, brancos, índios, japoneses, europeus, comunidade LGBTI+, ricos, pobres, padres, rabinos, pastores e quem mais ajoelhar-se para nossas divindades.

Reconhecimento, reputação e prestígio de um(a) sacerdote(isa) afro-religioso(a) não se define pela cor de sua pele, mas por sua dignidade, ética, seriedade, conhecimento, compromisso com o engrandecimento de nossa religião.

Ademais, a intolerância e o racismo religioso atingem negros e brancos.

Isto não significa, entretanto, ignorar que vivemos em um país estruturalmente racista e que qualquer instituição, inclusive religiosa, não está livre do racismo.

Lembremos que nos anos 90 o governo israelense retirou da Etiópia cerca de 15 mil judeus negros, conhecidos como falashas, transportando-os para Jerusalém.

Os falashas descendem de Salomão e da Rainha de Sabá, existem há três mil anos, falam hebraico, seguem os preceitos da Torá e guardam o shabat.

Atualmente há cerca de 150 mil judeus negros em Israel e são frequentes as denúncias de discriminação no mercado de trabalho, na educação, no convívio social, etc.

Moral da história: identidade religiosa não elimina identidade racial.

Daí a importância da postura cotidiana e permanente contra o racismo, dentro e fora dos terreiros, fortalecendo a união e mobilização da nossa religião contra o adversário que atinge igualmente todos nós: a intolerância religiosa.


Hédio Silva Jr., Antônio Basílio Filho e Jáder Freire de Macedo Jr., advogados e dirigentes do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras – IDAFRO

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